quinta-feira, junho 10, 2010

Super Dragões - Parte 2

Como prometido chega a segunda parte da "grande reportagem"  dos Super Dragões. Porque é importante desmitificar o que são, porque é importante perceber como funcionam, como se organizam, qual a verdadeira dimensão da claque dentro do clube o Blog Mentalita Ultra continua na sua cruzada em defesa de todos os ultras que fazem da sua paixão seguir o seu clube independentemente da distancia e dos resultados.
Na próxima época todos temos que ser um, os da central, das arquibancadas, superiores, todos em sintonia com a equipa e com o treinador. Mais uma vez volto a frisar, podemos ser poucos, mas juntos...SOMOS MUITOS,

Nos SD os partidos políticos mais representados são o PS (22,1%) e o PSD (19,8%), havendo depois dois extremos: Bloco de Esquerda (9,2%) e Partido Nacional Renovador (7,6%). Como lê estes números?
No PS e no PSD, os Super Dragões são um espelho do panorama no país. Os outros dois partidos estão sobre-representados. Aqueles que se identificam com o PNR não são necessariamente skinheads. Mas o discurso nacionalista e xenófobo está presente. No entanto, é inaceitável considerar que as claques são um bando de nazis. Inaceitável e os dados infirmam isso mesmo.

Mas como interpreta a presença elevada, em comparação com o quadro do país, de adeptos de extrema direita?
Dentro desses há distinções a estabelecer. Há nacionalistas e xenófobos e, neste caso, o que está presente é o discurso do perigo da emigração que usurpa o emprego dos portugueses e a perda de identidade em consequência da crescente integração europeia. Os racistas são em muito menor número. São muitíssimos mais os que condenam radicalmente o racismo, assim como a xenofobia. Não esqueçamos que, nos Super Dragões, a percentagem de membros que simpatiza com o BE é superior aos que se identificam com o PNR.

Esses dois extremos convivem pacificamente
Sim. Ao contrário do que certamente alguns esperariam. Esse é mesmo um discurso instituído pelos líderes da claque. Não lhes interessa saber de que partido ou de que religião são os elementos do grupo; o que lhes interessa é que venham apoiar activamente o FC Porto. Nunca vi, em 16 anos, qualquer tipo de incidente deste tipo.

Os actos de vandalismo e violência, antes e depois dos jogos, têm também diminuído, mas ainda existem. Como os interpreta?

Há situações muito concretas, como os roubos nas áreas de serviço. Muitos deles acontecem dentro do contexto específico do grupo. Rouba-se por diversão, rouba-se para se ser integrado, quase para não se ficar mal visto no colectivo. Esses são os pequenos furtos. Existem depois outros, já roubos mais sérios, com ameaça de integridade física e que já envolvem valores elevados. Muita dessa actividade é a reprodução, dentro da claque, de práticas de delinquência quotidiana. Portanto, a claque é um campo social onde se reproduz, sob a ilusão do anonimato, e num contexto mais favorável, a delinquência que já é praticada. Isso acontece também relativamente à violência.

Dentro da marginalidade há ainda o tráfico de droga. Pôde observá-la no interior dos SD?

Não. No seio das claques que investigo nunca vi indícios de tráfico. Isto não significa que alguns membros das claques, eventualmente, no seu quotidiano, não sejam pequenos dealers ou traficantes. Mas não tenho indícios de que dentro das claques ocorra tal actividade. De resto, desde a década de 90, as claques estão debaixo de grande vigilância por parte das Brigada Anti-Crime.

Mas já observou certamente, consumo de droga, nomeadamente de haxixe, no interior dos estádios…
Sim, isso é indesmentível: há quem fume erva e haxixe. Nem eu o pretendo negar. Nem os elementos da claque o negam.

É abusivo considerar as claques “escolas de crime” ou “guarda-chuva de ilegalidades”?

Completamente. A frase “guarda-chuva de ilegalidades” é um princípio generalista que ainda não vi operacionalizado.

Mas a frase já foi usada pela polícia…
Sim. A polícia terá dados que eu não tenho. Mas acho plausível que um grupo com aquela dimensão em termos demográficos possa constituir uma rede social favorável a actividades eventualmente ilícitas. Mas alguns membros não não legitimam a estigmatização de todo um grupo.

Já foram também feitas, mas ainda não provadas, associações entre os SD e a guerra de gangs da noite do Porto. Qual é a sua perspectiva?

É um facto que alguns dos detidos pela polícia na “Operação Noite Branca” frequentavam os SD. Frequência essa irregular e esporádica nalguns casos. Um dos detidos – Bruno Pidá – já não o via lá há muito tempo. A única ligação que consigo estabelecer, honestamente e sem especulação da minha parte, é a presença na claque. Novamente, acho abusivo associar uma claque a um gang. É verdade que houve essa presença e isso foi noticiado. Mas o que não é noticiado – e isso era interessante – é, por exemplo, o número de elementos dos Sd que todos os anos concluem a sua licenciatura. Quanto à suposta associação que referiu não se pode tomar a nuvem por Juno. É uma generalização abusiva, gratuita e especulativa.

O núcleo duro dos SD está na Ribeira, como diz Fernando Madureira?
Em parte sim. Esse núcleo tem peso, sobretudo em desempenhos de agressividade. Mas essa ligação que é feita entre a direcção da claque e o núcleo da Ribeira, de onde Madureira é originário, tem que ser lida num contexto de posicionamento numa lógica de afirmação da Ribeira no seio da claque e da gestão das impressões que este núcleo pretende causar.

Qual é o peso real do núcleo da Ribeira?

É o núcleo que marca uma presença forte em termos de número de elementos, sobretudo nas deslocações tradicionalmente mais difíceis e em que, às vezes, há confrontos. Aí a Ribeira manifesta a sua força e está em peso. Mas a Ribeira tem que ser reposicionada no peso relativo que tem no grupo. Quando eles vão todos à Luz temos que ver também que estão integrados num grupo que chega, por vezes, a atingir três mil elementos ou mais.

Os SD são também como o Porto quando dizemos que a cidade é um somatório dos seus bairros?
Exactamente. Esta cidade tem mais de 40 bairros sociais e são bastantes os que estão representados. Depois há ainda os núcleos formados em círculos de amizades.


PARTE 3 - "Um dia de jogo nos Super Dragões..."

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  2. Porto SSempre SSuperiores!
    Portugal aos brancos
    Invictus

    ResponderEliminar
  3. PNR apoio totalmente não quero que Portugal pareça africa.
    SD

    ResponderEliminar
  4. é só merda bragaaaaaaaaaa

    ResponderEliminar
  5. acho, que como todos os grupos em portugal, os sd são um grupo apolitico, que a politica já esteve presente ou mais interventiva no seio das claques e que agora está muito menos.

    ResponderEliminar